Há
um certo tempo resenhei o antecessor material do LAC, onde fiquei surpreendido
com tamanha paciência e responsabilidade em fazer um trabalho que mereceu ser
reconhecido fora do Brasil.
Não
leu? Segue o link: http://www.fullrock.com/2014/09/review-cd-lacerated-and-carbonized-core.html
Lançar
um trabalho como uma banda underground não é uma simples tarefa do dia pra
noite. No caso desta resenha, é mais que perceptível a luta que a banda carioca
faz desde 2005, onde de lá pra cá lançou um acervo de materiais, pegando a
devida experiência e chegando até aqui, até NARCOHELL. É Death Metal/Splatter
pra ninguém botar defeito.
Foi
intitulado de NARCOHELL na devida clareza do que acontece e do que anda
piorando cada vez não só no Rio de Janeiro, mas também no Brasil todo, com
letras de revolta, caráter e manifestando todo o ódio vindo das favelas, do
submundo, da sociedade. Em cada trecho o quarteto explica que vieram para
mostrar mais profissionalismo do que haviam sido em The Core of Disruption.
Dentre
essas faixas, boa parte foram compostas de forma mais pesadas e sem
'variações', bem mais diretas e com refrões que grudam iguais a faixas como 'O
Ódio e o Caos' e ' The Candelária Massacre', tendo assim um pacote insano de
primeira qualidade, recheado do mais puro e agressivo Death Metal nacional.
A
sonoridade continua na mesma pegada, mas preenchendo o que estava faltando nos
materiais anteriores, com menos riffs variados, solos rápidos e fulminantes a
todo vapor, lembrando em algumas partes músicas como Krisiun e Nervochaos. O
vocal gutural 100% urrado de Jonathan deixou muito a desejar em Homicidal
Rapture, mas fiquei na espera de que sem dúvidas iria ficar mais que satisfeito
em The Core of Disruption, e acabei ficando, mas em NARCOHELL superou logo na
primeira faixa, onde de nenhuma forma consegui ver falhas ou exageros
(Arriscando até em um Squeal e um vocais rasgados), tudo na medida do possível
e colocado de uma forma como poucas bandas nacionais botam.
A
bateria 100% trigada de Victor Mendonça massacra, maltrata e surge em tudo que
é segundo com técnica, organização e brutalidade, tímpanos que se segurem, as
levadas e pedaladas são arrepiantes, fazendo com que o baixo bem grave e
afinado de Paulo Doc sempre fique em evidência com seu parceiro de cordas, Caio
Mendonça, afinal, todos da bandas se destacam.
As
4 primeiras faixas liberam uma áurea tão intensa que mudam qualquer visão ruim
que alguém pode ter da banda, falando sobre o terror nas ruas, o medo de ter
uma vida e de viver entre milhares de seres corruptos, sobre o conhecido e
caótico BANGU e das drogas que rondam nossos amigos, filhos e conhecidos. Prosseguindo
com mais 4 faixas, onde não dá pra ficar parado, nem mesmo com os cabelos,
encarna um espírito revoltado a fim de destruir tudo que é de ruim nesse país
repleto de erro, repleto de incerteza, mostrando a evolução que a banda deu de
2013 até agora.
O
Death Metal nacional sempre aparece com algumas bandas extremamente saturadas,
cheias de firulas e dezenas de riffs chatos, abusando de segundo a segundo, mas
LAC capricha no terror musical (No bom sentido) e capricham nas letras
mescladas Inglês/Português ao lado de sua cozinha madura de instrumentos
sincronizados, incorporando como se estivessem dentro de uma guerra civil.
A
bola cheia que se destacou ao lado das faixas não seriam pra menos, Andy
Classen (Onde já trabalhou com o Krisiun, Destruction...) pela mixagem e a capa
desenvolvida por Caio Mendonça, onde não saiu do foco e proposta da banda.
O
que posso dizer é que o Lacerated and Carbonized mostra técnica e agressividade
em todas suas músicas, não consegui destacar nenhuma faixa. Curtam esse CD e
fiquem de olho para uma turnê em breve, sem dúvidas não irão se arrepender!
Tracklist:
1
- Spawned In Rage
2
- NarcoHell
3
- Bangu 3 (Feat. Marcus D'Angelo - Claustrofobia)
4
- Severed Nation
5
- The Urge
6
- Broken (Feat. Mike Hrubovcak - Monstrosity)
7
- Terminal Greed
8
- Condition Red
9
- Ruinous Breed
10
- Decree of Violence
11
- Parallel State
12
- Hell de Janeiro
13
- Mass Social Suicide
Line
Up:
Paulo
Doc (Baixo)
Caio
Mendonça (Guitarras)
Jonathan
Cruz (Vocal)
Victor
Mendonça (Bateria)
Label:
Vingança
Music
Contato:
Autor
da Resenha: Pedro Hewitt
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