quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Terrorcult: Entrevista exclusiva com o Coletivo La Migra.


Banda de Thrash/Death Metal formada em 1997. No ano de 2002 lançou seu primeiro trabalho, uma demo-tape intitulada “Bonebreaker” que teve ótima repercussão no underground nacional. Com este trabalho, a banda faz vários shows por diversos estados, dividindo o palco com bandas consagradas no cenário nacional, como Vulcano, Genocídio, Nervochaos, Oligarquia, Funeratos entre outras....

Essa é um pouco da história da grande Terrorcult da cidade de Fernandópolis-SP. No final do mês de novembro de 2016, o Coletivo La Migra, teve a honra de realizar um grande bate papo com esses monstros, onde falamos sobre o início das atividades, shows, planos para o futuro e é claro como anda as atividades da banda na nossa grande cena underground.

Confira aí como foi esse bate papo e entre agora no mundo Terrorcult.

01 - Olá pessoal tudo bem com vocês? Pessoal primeiramente gostaria de agradecer o tempo reservado aqui, muito obrigado! Então vamos falar, vamos conhecer um pouco mais sobre essa grande banda. Conte-nos da onde vem a TERRORCULT, quando foi formada?
R. Salve pessoal do Coletivo La Migra, nós que agradecemos o espaço para falar um pouquinho da nossa carreira. Então, a banda foi formada em meados de 1997, com a união de duas bandas aqui da cidade. Inicialmente, nos juntamos sem muita pretensão, a ideia era fazer um som pesado, sem se prender a estilos. O tempo foi passando, e percebemos que estávamos dedicando mais tempo ao TerrorCult que às nossas antigas bandas e decidimos seguir tocando o terror (risos!) e estamos aqui, praticamente 20 anos depois, falando sobre a banda, o que é pra mim, motivo de muito orgulho!

02 - Porque TERRORCULT? o nome possui algum significado? Existe uma ideia por traz deste nome? Quem teve a ideia inicial?
R. O nome foi criado pelo nosso antigo guitarrista, o Luciano, que também foi um dos fundadores da banda. Queríamos um nome forte, cuja pronuncia em inglês se aproximasse bastante do português, pensamos em vários nomes diferentes, até que o um dia o Luciano veio com TerrorCult e todos concordaram. Hoje pra mim o nome tem um significado, pois estamos passando por um momento difícil no país e no mundo, crise política e econômica, radicalismos religiosos, intolerância, estamos pertos do caos, então “cultuar o terror” seria uma forma sarcástica de enxergar este mundo em que vivemos.

03 - Hoje muitas bandas sofrem com a convocação de músicos para a formação de uma banda, como é isso na TERRORCULT? Muitos músicos já passaram pela banda? Hoje podemos dizer que a formação atual está sólida?
R. Realmente encontrar músicos que se adaptem à proposta da banda é muito difícil. Somos de Fernandópolis, interior de São Paulo, cidade pequena e provinciana, isso dificulta ainda mais, mas de certa forma, podemos dizer que o TerrorCult teve sorte com a formação, tivemos mudanças sim, mas sempre permanecemos muitos anos com os mesmos músicos. Hoje estamos com o line up sólido, somos muito amigos fora da banda, e isso ajuda muito no relacionamento interno, posso afirmar que esta é a melhor formação que a banda já teve ao longo destes quase 20 anos de estrada.

04 - Em diversas matérias, notas e informações sobre a TERRORCULT vimos referência a vertente Death Metal e Thrash/Death. Com foco na musicalidade da banda hoje a TERRORCULT se identifica ou se auto denomina com qual vertente? Porque?
R. A gente nunca quis se prender a rótulos, porque em alguns casos isso acaba limitando um pouco, mas também sabemos não temos como fugir disso! A gente toca um Thrash/Death Metal com uma veia bem oitentista. Quem ouve o nosso som, sente essa pegada Thrash Metal nas guitarras e bateria, mas o vocal é gutural, o que nos aproxima do Death Metal.

05 - Quais são os temas abordados nas letras da TERRORCULT? Como funciona o processo de composição? Existe hoje um responsável pela parte lírica da banda?
R. Os temas das letras são os mais diversos possíveis, não temos um direcionamento, escrevemos as letras conforme sentimos o que a música pede, então temos músicas falando desde tortura e morte até temas mais politizados. Geralmente a gente faz a música primeiro e uma “linha melódica” para o vocal, depois escrevemos a letra, que na maior parte são minhas mesmo, o João Paulo (batera) também escreveu algumas.

06 - Pessoal hoje praticamente 100% das cidades do interior Paulista se destacam na sua cena local, grandes bandas procuram mais eventos/shows nestas cidades do que nas grandes capitais. Acompanhei em 2009 a 4° edição do evento "Doomsday Celebration Festival" e descobri que é um evento que carrega a bandeira extrema desde 1998. O que aconteceu? Esse evento ainda está na ativa? Existe alguma data ou planejamento para a 5° edição?
R. Realmente o interior sempre teve grandes eventos, pois por estarmos distantes dos grandes centros, sofremos com a falta de shows, o que faz a galera se movimentar para fazer os eventos. O Doomsday Celebration era um festival bem bacana que organizávamos aqui na cidade, a última edição foi esta que você citou, e foi um grande evento. Sempre buscamos trazer bandas que se destacavam na cena, passaram por aqui Nervochaos, Oligarquia, Scraper Head e Genocídio, além das bandas aqui da região. Sobre o futuro do evento, está engavetado por enquanto, é muito difícil conseguir apoio aqui na cidade, os custos para realização são relativamente altos, e sem patrocínio fica difícil, pois por mais carente de shows que a cidade é, não entendo o que acontece com o público que não comparece mais em peso. Mas não desistimos do festival não, uma hora rola a 5° Edição.

07 - Além disso neste ano de 2016, mais precisamente em janeiro aconteceu o Festival Alternativo Infernaldópolis podemos dizer que esse é um evento que defini e valoriza a cena local de Fernandópolis? Como foi essa primeira edição? O evento supriu as expectativas da cidade?
R. Então, depois dessa de janeiro, rolou mais uma edição em outubro. Foi um evento bem bacana, mas é um esquema mais eclético, digamos assim, pois tocaram bandas dos diversos estilos dentro do rock/metal. Acredito que todo e qualquer evento fora do popularzão aqui (leia-se sertanejo universitário) é de grande valor para a cidade e para público, pois é a oportunidade que o chamado “público alternativo” tem para ir num rolê diferente do comum.

08 - Quanto ao público, como anda a cena local? A galera é presente nos eventos menores da cidade? Podemos dizer que a cidade hoje possui um bom envolvimento do público com a cena?
R. A cena aqui já foi muito melhor, os shows costumavam lotar, sempre que a gente tocava na região, ou em shows regionais, a gente sempre conseguia lotar um ônibus pra ir, agora parece que a galera deu uma acomodada e não quer mais tirar a bunda da cadeira e sair da frente de um computador. Hoje sinto uma leve melhora, espaços alternativos estão sendo criados na cidade, sempre ouço a galera pedir por shows, espero que em breve esta geração virtual aprenda o gosto da vida real e o quanto é legal ir nos shows, conhecer pessoas, bandas, etc.

09 - Acompanhando os trabalhos da TERRORCULT percebo que as apresentações não param, a banda possui um bom histórico de apresentações em diversas cidades paulistanas e fora do estado. Pensando agora em 2017 a banda pensa em fazer algum tour em outros estados? Existe hoje um planejamento para a agenda da TERRORCULT?
R. Sempre fomos uma banda de palco, gostamos muito de tocar ao vivo, pegar a estrada, por conta disso já nos enfiamos em várias roubadas, mas tudo é aprendizado!!! Em 2017 lançaremos trabalho novo, e esperamos tocar bastante para divulgar o máximo que pudermos. Sempre tivemos vontade de tocar no sul e também norte/nordeste, o problema são os elevados custos com deslocamento e tal, mas quem sabe um dia dá certo. Por hora, o plano é tocar!

10 - Nestes quase 20 anos de existência quantos materiais já foram lançados pela TERRORCULT? Nestes materiais qual representa melhor a identidade da banda?
R. Como disse anteriormente, sempre fomos uma banda de palco, tanto que em nestes 20 anos, só temos uma demo gravada, e já está velhinha, saiu em 2002! (risos) Desta forma, este é o trabalho que mais representa a identidade da banda! (mais risos!). Mas agora que estamos com a formação mais estável, pretendemos deixar a preguiça de lado!

11 - Em abril deste ano a banda lançou um comunicado sobre o lançamento de um novo EP o "Back From The Ashes" Esse material já foi lançado? Se não como anda o processo de divulgação? Como está a recepção do público diante deste novo trabalho?
R. Isso mesmo, mas ainda não saiu. Acredito que até fevereiro a bolachinha já esteja em nossas mãos. Lançamos recentemente o lyric vídeo da música “The atheist” que estará no CD, a receptividade foi a melhor possível.

12 - Com o crescimento diário da tecnologia vimos várias bandas utilizando as diversas plataformas especializadas em multiplicar músicas em formato Stream e Download. Na visão da TERRORCULT esse novo modelo de adquirir música é válido? Qual a importância que banda tem sobre o material físico?
R. Cara, eu acho que toda forma de se adquirir música seja válida, inclusive download ilegal! De todas as formas, a banda/músico está atingindo o seu público. Como fã eu gosto de comprar o CD/vinil das minhas bandas favoritas, gosto de deitar pra ouvir música, lendo o encarte e tal, e esse tipo de experiência os meios virtuais ainda não proporcionam sempre. Para a banda, o material físico é legal, pois é o “cartão de visita”, nos shows é sempre interessante ter material a venda, pois é ali que as coisas acontecem, por isso nós e muitas outras bandas ainda continuam investindo em material físico.

13 - Quais são os planos para o ano de 2017? O que esperar da TERRORCULT para esse ano?
R. Em 2017 completaremos 20 anos de carreira, então, de certa forma, é um ano importante. Lançaremos nosso primeiro material desde 2002, e estamos muito felizes com a gravação, arte, etc. Então, a ideia é cair na estrada, divulgar o máximo possível o “Back from the ashes”, quem sabe não apareçam oportunidades para tocarmos em estados que nunca estivemos, seria legal fazer norte/nordeste e o sul.

14 - Pois bem galera, infelizmente chegamos ao fim do nosso bate papo assim deixo o caminho livre para vocês, usem esse espaço da forma que desejarem.
R. Muito obrigado pela entrevista e pelo espaço! Quem tiver interesse em conhecer o nosso trabalho, basta procurar por TerrorCult nas redes sociais ou mandar e-mail para terrorcult@hotmail.com. You can´t stop the Terror!!!

Informações Importantes:

Fonte: Sidney Santos | Coletivo La Migra

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