segunda-feira, 9 de julho de 2018

Resenha Arrant Saudade - The Peace Of Solitude

 
Formada no ano de 2015, Arrant Saudade (Funeral Doom Metal) é uma banda digna de respeito, não apenas pelas músicas, até por que seus integrantes têm uma grande representatividade no mundo do Doom Metal (como veremos no caso de Juan Escobar mais a frente). Também pelo fato de que "The Peace Of Solitude", sendo o primeiro Full-Lenght da banda e, com cinco músicas, mostra-se um álbum inexplicável, positivamente falando. Arrant Saudade , oriunda de Londres, capital da Inglaterra, é uma banda fundada por um trio: Juan Escobar (este responsável, possivelmente, pelas composições e mixagens do contrabaixo; bateria; teclado e backing vocal) – ex-Nibdem, ex-Subtenebras, ex-Lapsus Dei, ex-Aseidad (banda chilena de Doom Death Metal – sim, o cara saiu do Chile e foi para a Inglaterra contribuir para a formação de mais uma banda extremamente boa!), ex-Mar de Grises, ex-Nefastus Abbatia, ex-BitchBoys, ex-Defectoscura, ex-Delonelyman, ex-Fosa Comvn, ex-Golem; Riccardo Veronese, na guitarra e, Hangsvart, no vocal. É de admirar que, em pleno ano de fundação, a banda tenha lançado um álbum muito bem trabalhado. A primeira faixa do álbum – "Only the dead" – tem um início suave com o teclado, dando as boas vindas ao ouvinte. Incorpora toda uma melancolia avassaladora, até o momento em que a tristeza toma conta do ambiente. Com arranjos melancólicos de teclado e um "grunhido" horrendo de Hangsvart (creio eu). "Feel like your shadow" – segunda faixa – é uma canção mais direta. Com um início onde uma das guitarras tende a caprichar na desenvoltura do som acústico; enquanto que a "outra" larga todo o peso "sujo" para a concretização da de uma sonoridade "morta" (carinhosamente falando) junto ao vocal. Dando um ar a mais de melancolia. Observamos e sentimos a lentidão minimamente diferenciada com relação à primeira música. Sendo assim, todo o trabalho-base da música fica à serviço das guitarras junto com o contrabaixo e bateria, envolvendo o ouvinte cada vez mais na canção. Um detalhe relevante é do meio para o final da canção, onde Juan Escobar (sendo o Backing vocal) contribui veemente bem para a canção com sua voz limpa e triste. E assim esta música se encerra. A terceira faixa carrega o nome do álbum consigo. Desta maneira, podemos levar em consideração de que é a canção que carrega um peso maior, em questão de responsabilidade pois, de certa maneira, está a honrar o nome do trabalho em questão (do álbum no caso). O vocal citado na música anterior continua tendo sua relevância, junto à cordialidade entre guitarra acústica e contrabaixo que, no início tem um timbre completamente calmo e limpo, quando de repente se carrega de distorção, contribuindo para um maior peso junto à guitarra, que logo também entra com um peso significativo. Um outro diferencial no meio da canção é a aparição de um coral feminino que enriquece ainda mais a virtude musical da canção e do trio. Na passagem seguinte, o coral tem uma miscigenação de gênero acompanhado de uma leve sinfonia ao fundo. Neste momento pode-se perceber a progressividade desta canção acompanhado com a leveza do vocal de Juan Escobar, em sintonia com os corais. 
 
"Drifting reality" tem um começo um tanto melódico. Esta canção resume, de maneira minuciosa, todas as músicas até o momento descritas: lentidão junto com um coral apocalíptico ao fundo; guitarras e contrabaixo de certa maneira cadenciadas, dando uma abertura para a relevância da bateria (esta por sua vez muito importante em todas as músicas devido à boa mixagem). Para terminar, o álbum fecha seu ciclo com a canção "No dream left in me", onde a cadência musical é menor do que as outras canções – percebe-se pela participação quase que constante do pedal duplo da bateria sendo usado. É nesta música onde as sinfonias têm seu auge: mas não só as sinfonias contribuem, uma vez que os corais de fundo dão um ar de morticínio. E pessoalmente falando, a última faixa é a que mais me chama atenção devido à sua complexidade e à uma bateria mais agressiva e bem trabalhada (isso no sétimo minuto da canção).
 
 
Vale ressaltar um diferencial muito importante: é nítido a importância do contrabaixo em boa parte das músicas deste álbum – percebe-se a potência de distorção imposta por Juan Escobar para com o peso de seu instrumento agregando mais "peso" e completude para com as músicas. Mas o interessante é que a composição do baixo vai muito além do paradoxo acerca da distorção, sendo assim, logo, entendemos que a rítmica musical tem sua importância com o passar do álbum devido à criatividade/inovação com relação às notas atribuídas em cada passagem musical. Arrant Saudade mostra seu poder! O trio britânico vos apresentou um esplêndido trabalho e, com muito orgulho, eu tenho o prazer de divulgar aqui, propagando, assim, o poderio sonoro desta banda!.
 
 
Formação:
Riccardo Veronese
Juan Escobar
Aimeric Hangsvart 
 
Contato:
 
Mais Informações:
 
 
Autor da Resenha: Leonardo Reis

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