Hoje falamos com um dos
principais nomes do Death Metal brasileiro: o SAD THEORY.
Bem, vamos lá, a banda começou
em 1998, com diversos álbuns lançados e sempre com ótimo material lírico. Quem
é o responsável pelas letras da banda? E vocês acreditam que este é o principal
diferencial de vocês?
[Daniel] A história da banda é marcadamente dividida em duas grandes eras,
separadas entre si por um hiato de inatividade de cerca de sete anos. Na
primeira dessas eras, a direção artística na parte lírica era responsabilidade
principalmente do Carlos Machado, e havia sempre a participação de letristas
convidados, principalmente o Athos Maia, parceiro de longa data da banda. Após o hiato, o Carlos já não fazia mais parte da banda.
Então, a partir do “Vérmina Audioclastia
Póstuma”, de 2015, quem assumiu esse papel fui eu (Daniel Franco),
providenciando o azimute lírico, bem como escrevendo a maior parte das letras.
Os trabalhos, tal como na era anterior, ainda são divididos, com participações
de outros nas letras, como o Guga nos dois últimos álbuns e o Mauricio Ouyama na “Willard
Suitcases”, faixa que abre o “Entropia
Humana Final”.
Sobre esse ser o nosso principal diferencial,
compreendo quem pensa assim. Lá pelos idos de 2003, mais de uma década antes de
eu fazer parte da banda, eu já era fã, e havia essa reputação de o Sad Theory
ter letras diferenciadas e um ‘algo a mais’ intelectualmente. Eu até acredito
que, liricamente, estejamos à frente das demais bandas nacionais, que
tradicionalmente (salvo notáveis exceções) deixam bastante a desejar neste
aspecto. Mas creio que essa ênfase ofusca, de certa forma, o destaque que temos
nas demais áreas. Na minha humilde opinião, estamos na vanguarda do Metal
Nacional em termos de composição, arranjos, musicalidade, técnica e produção
sonora. E estes temas todos estão concentrados em uma pessoa. O maestro Alysson
Irala é o nosso compositor, arranjador, guitarrista solo, engenheiro de som e
produtor, tudo ao mesmo tempo. Sendo assim, mesmo que sejamos destaques do
ponto de vista lírico, acredito que o nosso grande diferencial seja o Irala.
Aproveitando a pergunta
anterior, quais são as principais influências líricas e musicais do grupo?
[Daniel] Meus poetas favoritos são Augusto dos Anjos, Cruz e Sousa, Fernando
Pessoa e Rimbaud. Sou também fã da literatura clássica russa, principalmente
Tolstoi e Dostoievski.
Como influências musicais, há o Death, Carcass, At The
Gates, Morbid Angel, Opeth, Paradise Lost e etc. Resumidamente, diversas
vertentes que rondam o Death Metal.
Vamos falar um pouco sobre a
discografia como um todo. De todos os álbuns lançados até agora, qual foi o
mais bem recebido pelo público? E qual é o que vocês mais curtem?
[Daniel] Tenho a impressão, observando as reações das pessoas, que o que mais é
lembrado por todos é o “A Madrigal of
Sorrow”, de 2004. Acredito que o crepúsculo das gravadoras, ainda não
concluído à época, teve influência sobre isso. Houve mais divulgação.
Pessoalmente, considero o “Vérmina
Audioclastia Póstuma” o meu favorito, mas também tenho muito orgulho do “Entropia Humana Final”.
Ouça “Entropia Humana Final” aqui:
Ouça “Entropia Humana Final” aqui:
Devo admitir que “Entropia Humana Final” é um trabalho incrível, como foi trabalhar neste material, desde sua composição até seu lançamento?
[Daniel] Realmente é um trabalho muito especial, com composições magistrais e
temas líricos muito bem amarrados. O line-up ainda estava em processo de
solidificação, então apesar de já termos a formação completa, ao contrário do “Vérmina Audioclastia Póstuma”, a produção se deu de forma muito semelhante
à deste, com os trabalhos muito concentrados no Irala. Atualmente, para o “Léxico Reflexivo Umbral”, invertemos
essa dinâmica, fazendo já nas pré-produções com que todos se envolvam, estudem
suas partes e toquem seus instrumentos.
Como foi gravar o
“Audioclastia Humana”? A banda pretende lança-lo no formato físico algum dia?
[Daniel] Foi uma honra participar do festival (Maniacs Metal Meeting 2018), e
ter a performance registrada em alta qualidade foi um prazer ainda maior.
Certamente temos planos de lançar sua versão física, o que nos tem impedido até
o momento é a questão financeira, pois estamos concentrando esforços no nosso
próximo full-lenght.
Assista:
Em que pé anda o “Léxico
Reflexivo Umbral”? Como está a gravação e produção deste álbum? Há algo de novo
que você pode revelar para nosso portal sobre ele?
[Daniel] Está indo muito bem! Como geralmente acontece, tivemos que estender os
prazos, e seu lançamento só se dará em 2020, mas já temos mais de 50% do disco
pronto. Já lançamos o primeiro single “Canis
metallicus”, que dá uma boa ideia do que virá pela frente. As músicas estão
tensas e claustrofóbicas, e a vibe está bem diferente das dos álbuns
anteriores. O Irala está compondo em cima das letras já prontas, e está
traduzindo magistralmente aquela sensação de desconforto que os episódios [da
série Black Mirror] passam. Não tenho a menor dúvida de que o “Léxico Reflexivo Umbral” será o nosso
melhor álbum até então.
Acreditam que com este álbum,
a banda pode embarcar para uma turnê para a Europa?
[Daniel] Isso seria maravilhoso, e certamente seria possível, não fossem os
nossos compromissos. Nossas profissões limitam muito a nossa disponibilidade de
tempo, e uma empreitada dessa magnitude ficaria muito difícil. Portanto,
seguimos com o pé no chão.
Muito obrigado pela
entrevista, deixamos este espaço para as considerações finais.
[Daniel] Agradeço ao espaço cedido, colocando-me, em nome da banda, sempre à
disposição para esclarecimentos. Obrigado pelo belo trabalho. Stay brutal!
Sites relacionados:
http://www.facebook.com/sadtheory/
http://www.youtube.com/channel/UC_QWPk7slhqt9yQLaSUq9cA/
http://sadtheory.bandcamp.com/
http://www.sanguefrioproducoes.com/artistas/SADTHEORY/62
SAD THEORY É:
Claudio "Guga"
Rovel: Vocal
Alysson Irala: Guitarra
Wenttor Collete: Guitarra
Daniel Franco: Baixo
Jefferson Verdani: Bateria
Alysson Irala: Guitarra
Wenttor Collete: Guitarra
Daniel Franco: Baixo
Jefferson Verdani: Bateria
Contato para assessoria de imprensa: www.sanguefrioproducoes.com/contato
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