segunda-feira, 26 de agosto de 2019

ENTREVISTA SAD THEORY



Hoje falamos com um dos principais nomes do Death Metal brasileiro: o SAD THEORY.

Bem, vamos lá, a banda começou em 1998, com diversos álbuns lançados e sempre com ótimo material lírico. Quem é o responsável pelas letras da banda? E vocês acreditam que este é o principal diferencial de vocês?


[Daniel] A história da banda é marcadamente dividida em duas grandes eras, separadas entre si por um hiato de inatividade de cerca de sete anos. Na primeira dessas eras, a direção artística na parte lírica era responsabilidade principalmente do Carlos Machado, e havia sempre a participação de letristas convidados, principalmente o Athos Maia, parceiro de longa data da banda. Após o hiato, o Carlos já não fazia mais parte da banda. Então, a partir do “Vérmina Audioclastia Póstuma”, de 2015, quem assumiu esse papel fui eu (Daniel Franco), providenciando o azimute lírico, bem como escrevendo a maior parte das letras. Os trabalhos, tal como na era anterior, ainda são divididos, com participações de outros nas letras, como o Guga nos dois últimos álbuns e o Mauricio Ouyama na “Willard Suitcases”, faixa que abre o “Entropia Humana Final”.

Sobre esse ser o nosso principal diferencial, compreendo quem pensa assim. Lá pelos idos de 2003, mais de uma década antes de eu fazer parte da banda, eu já era fã, e havia essa reputação de o Sad Theory ter letras diferenciadas e um ‘algo a mais’ intelectualmente. Eu até acredito que, liricamente, estejamos à frente das demais bandas nacionais, que tradicionalmente (salvo notáveis exceções) deixam bastante a desejar neste aspecto. Mas creio que essa ênfase ofusca, de certa forma, o destaque que temos nas demais áreas. Na minha humilde opinião, estamos na vanguarda do Metal Nacional em termos de composição, arranjos, musicalidade, técnica e produção sonora. E estes temas todos estão concentrados em uma pessoa. O maestro Alysson Irala é o nosso compositor, arranjador, guitarrista solo, engenheiro de som e produtor, tudo ao mesmo tempo. Sendo assim, mesmo que sejamos destaques do ponto de vista lírico, acredito que o nosso grande diferencial seja o Irala.


Aproveitando a pergunta anterior, quais são as principais influências líricas e musicais do grupo?


[Daniel] Meus poetas favoritos são Augusto dos Anjos, Cruz e Sousa, Fernando Pessoa e Rimbaud. Sou também fã da literatura clássica russa, principalmente Tolstoi e Dostoievski.

Como influências musicais, há o Death, Carcass, At The Gates, Morbid Angel, Opeth, Paradise Lost e etc. Resumidamente, diversas vertentes que rondam o Death Metal.


Vamos falar um pouco sobre a discografia como um todo. De todos os álbuns lançados até agora, qual foi o mais bem recebido pelo público? E qual é o que vocês mais curtem?


[Daniel] Tenho a impressão, observando as reações das pessoas, que o que mais é lembrado por todos é o “A Madrigal of Sorrow”, de 2004. Acredito que o crepúsculo das gravadoras, ainda não concluído à época, teve influência sobre isso. Houve mais divulgação. Pessoalmente, considero o “Vérmina Audioclastia Póstuma” o meu favorito, mas também tenho muito orgulho do “Entropia Humana Final”.

Ouça “Entropia Humana Final” aqui:


Devo admitir que “Entropia Humana Final” é um trabalho incrível, como foi trabalhar neste material, desde sua composição até seu lançamento?


[Daniel] Realmente é um trabalho muito especial, com composições magistrais e temas líricos muito bem amarrados. O line-up ainda estava em processo de solidificação, então apesar de já termos a formação completa, ao contrário do “Vérmina Audioclastia Póstuma”, a produção se deu de forma muito semelhante à deste, com os trabalhos muito concentrados no Irala. Atualmente, para o “Léxico Reflexivo Umbral”, invertemos essa dinâmica, fazendo já nas pré-produções com que todos se envolvam, estudem suas partes e toquem seus instrumentos.


Como foi gravar o “Audioclastia Humana”? A banda pretende lança-lo no formato físico algum dia?


[Daniel] Foi uma honra participar do festival (Maniacs Metal Meeting 2018), e ter a performance registrada em alta qualidade foi um prazer ainda maior. Certamente temos planos de lançar sua versão física, o que nos tem impedido até o momento é a questão financeira, pois estamos concentrando esforços no nosso próximo full-lenght.


Assista: 


Em que pé anda o “Léxico Reflexivo Umbral”? Como está a gravação e produção deste álbum? Há algo de novo que você pode revelar para nosso portal sobre ele?


[Daniel] Está indo muito bem! Como geralmente acontece, tivemos que estender os prazos, e seu lançamento só se dará em 2020, mas já temos mais de 50% do disco pronto. Já lançamos o primeiro single “Canis metallicus”, que dá uma boa ideia do que virá pela frente. As músicas estão tensas e claustrofóbicas, e a vibe está bem diferente das dos álbuns anteriores. O Irala está compondo em cima das letras já prontas, e está traduzindo magistralmente aquela sensação de desconforto que os episódios [da série Black Mirror] passam. Não tenho a menor dúvida de que o “Léxico Reflexivo Umbral” será o nosso melhor álbum até então.


Acreditam que com este álbum, a banda pode embarcar para uma turnê para a Europa?


[Daniel] Isso seria maravilhoso, e certamente seria possível, não fossem os nossos compromissos. Nossas profissões limitam muito a nossa disponibilidade de tempo, e uma empreitada dessa magnitude ficaria muito difícil. Portanto, seguimos com o pé no chão.


Muito obrigado pela entrevista, deixamos este espaço para as considerações finais.


[Daniel] Agradeço ao espaço cedido, colocando-me, em nome da banda, sempre à disposição para esclarecimentos. Obrigado pelo belo trabalho. Stay brutal!



SAD THEORY É:
Claudio "Guga" Rovel: Vocal
Alysson Irala: Guitarra
Wenttor Collete: Guitarra
Daniel Franco: Baixo
Jefferson Verdani: Bateria



Contato para assessoria de imprensa: www.sanguefrioproducoes.com/contato
 

 

 
 






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