A banda entrevistada de hoje é um dos principais ‘one-man-band’ da atualidade. Trata-se da paulista Deep Memories, formada por Douglas Martins e executando um Death/Doom Metal de extrema qualidade. Confira:
Como se deu início a trajetória musical do Deep Memories?
Douglas Martins: Mesmo após ter deixado o Desdominus em 2005 não parei de tocar, meu principal instrumento é a guitarra então todas as vezes que praticava acabava saindo algum riff ou ideia boa. Ao longo do tempo comecei a registra-las com meu celular, quando percebi no final de 2015 tinha muita coisa gravada. Sempre tive a intenção de registrar minhas próprias músicas tocando todos os instrumentos. Já tinha uma certa habilidade com processos de gravação e assim iniciei a registrar todo material em 2016 foi quando surgiu a ideia de um projeto que foi tomando forma até se tornar o Deep Memories.
Deep Memories é uma one-man-band que busca fugir de rótulos e traz em sua essência um som único. Qual a temática de seu trabalho? Quais são suas influências?
Douglas Martins: A temática do Deep Memories acabou vindo após concluir a composição e gravação de todas músicas. A sonoridade e sentimento que as músicas expõem para mim, sem dúvidas, vem em primeiro lugar. Inicialmente pretendia fazer um projeto instrumental, assim como o If These Threes Could Talk, mas acabei sendo convencido pelo Wilton da Heavy Metal Rock em adicionar os vocais. Ideologicamente falando, tinha a certeza de que não ergueria nenhuma bandeira, seja defendendo ou atacando o que quer que seja. Tenho buscado a prática da valorização e respeito ao indivíduo seja ele como for, entendendo sua progressão evolutiva e que cada um “deve” ser, no mínimo, compreendido. Indo por este caminho, escrevi sobre alguns episódios marcantes de minha vida como momentos de grande tristeza, frustação e descontrole. Também acabei criando uma história narrada nas cinco primeiras músicas do álbum, que relata a vida post mortem de uma pessoa e ficou muito interessante, pois a ambientação da música é complementada pela letra.
As influencias musicais são bem abrangentes, vai desde prog rock até o extremo black metal. A sonoridade do Deep Memories é bem alicerçada no metal dos anos 90, mas muitas bandas me influenciam como Dark Tranquillity, Pink Floyd, Amorphis, Dream Theater, In Flames, Nevermore, Anathema, Iron Maiden, Lacuna Coil, My Dying Bride, Within Temptation, Black Sabbath, Theatre of Tragedy, Ozzy Osbourne, At the Gates, Dimmu Borgir e Bathory.
Conte-nos sobre ser one-man-band como descreve a sua forma de tocar?
Douglas Martins: Difícil esta pergunta, nunca havia pensado sobre minha forma de tocar. Poderia dizer que está centrada em conseguir com que minha expressão musical e composições transmitam um sentimento, que não sejam apenas notas soltas ou executadas rapidamente. Que sejam uma ambientação que te impacte de alguma maneira, com todos elementos interligados.
Como foi o processo de composição das músicas do álbum “Rebuilding The Future”, como foi esse trabalho?
Douglas Martins: Ao longo destes anos envolvidos com bandas, sempre compus em duas ou mais pessoas pois normalmente as ideias surgem das guitarras. Com o Deep Memories experimentei um novo jeito de compor. Quando resolvi revisitar os trechos e riffs gravados um turbilhão de ideias surgiram conforme reaprendia as melodias, e fui registrando isso, depois organizei e combinei os trechos e formei as canções. Nem de longe imaginei o trabalho que daria fazer um álbum desde as composições, gravação, mixagem e masterização, mas valeu muito a pena.
Onde podemos encontrá-lo para ouvir online e para adquirir?
Douglas Martins: O álbum “Rebuilding the Future” está disponível em todas as plataformas digitais como YouTube, Spotify, Deezer, Itunes... Só dar um Google.
Também foi lançado em CD simultaneamente no Brasil pelos selos Heavy Metal Rock Records de Americana/SP e Misanthropic Records de Brasilia/DF, na Rússia pelo selo GS Productions e no Japão pela Invasion of Solitude Records.
Recentemente este álbum foi relançado em vinil pelos selos Neves Records e Heavy Metal Rock Records nas cores preta e azul, com capa exclusiva.
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Ouça gratuitamente nas principais plataformas de streaming:
Spotify: https://open.spotify.com/album/1NzhctfnGpjLYh5IiBwIhB
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Dentre as faixas do álbum, alguma tem significado especial para você? Por quê?
Douglas Martins: A “Explicit Way to Relieve Pain”. O riff principal desta música foi composta a mais de 15 anos e ouvir no que se transformou foi incrível. A letra também retrata um momento bem crítico da minha vida, onde extravasar ódio dos acontecimentos me levaram à uma rotina autodestrutiva que custou voltar ao normal.
Qual a maior dificuldade em ter uma ‘one-man-band’ nos dias de hoje?
Douglas Martins: Parece obvio, mas a maior dificuldade de uma ‘one-man-band’ é fazer tudo sozinho, contatos, pacotes para correio, preparação de material divulgação, responder entrevistas, manter o site e as redes sociais atualizadas isso tudo dá um trabalho grande. Hoje conto com a Sangue Frio Produções para me apoiar com a parte de mídia, mais ainda assim conciliar trabalho, família e banda não é uma tarefa fácil. Consegui me adaptar ao longo dos anos, mas no começo foi muito complicado.
O que você acha que pode ser mudado, no geral, para que o Metal nacional tenha mais espaço?
Douglas Martins: Cara, sinceramente não sei, talvez nossa educação. Falo de escola mesmo, reestruturar o método de ensino onde a música seja incluída no currículo mínimo da formação intelectual, seguindo exemplo dos países desenvolvidos. Com isso toda população receberia um alicerce sobre a relevância da arte musical, que passaria a suportar os artistas entendendo a importância da pluralidade e da diversidade musical (fora do eixo ultra enraizado pagode-sertanejo-funk-axé).
Esta nova educação geraria cidadãos não lobotomizados pela grande mídia, flutuando entre “novos fenômenos” como Anitas e Marilias Mendonça...
Uma cultura musical sólida e diversa nasceria a partir daí, com locais para apresentação e valorização da cultura artística musicalizada. Enfim, teríamos que reestruturar nossa sociedade para termos um progresso cultural, sem isso, não vejo possibilidade de grandes mudanças...
Você acha que a internet também ajuda a formar mais público para as bandas?
Como você vê a importância desse recurso dentro do cenário atual?
Como você vê a importância desse recurso dentro do cenário atual?
Douglas Martins: Na verdade, não consigo mais enxergar a música sem a internet! Ambas estão totalmente ligadas hoje em dia. Neste momento de pandemia que estamos passando o recurso da internet se transformou em uma ferramenta ainda mais potente. Muitas organizações ligadas a cultura musical estão passando por uma situação calamitosa. A internet tem sido o meio onde através de soluções inovadoras estas organizações (bandas, revistas, lojas e sites) tem conseguido extrair um suspiro de esperança.
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Conte-nos, quais são os projetos futuros da banda?
Douglas Martins: Neste momento estou no meio do processo de gravação do segundo álbum do Deep Memories, boa parte do material já está gravada. Se tudo correr bem, até o final de 2020 concluo.
Agradecemos imensamente a atenção dedicada e deixa aqui um espaço para as considerações finais da banda, se assim desejar.
Douglas Martins: Eu que agradeço o espaço cedido! Caso queiram conhecer mais sobre o Deep Memories acesse nosso site HYPERLINK
http://www.deepmemories.com.br
www.deepmemories.com.br
ou os perfis no Instagram, Facebook e Bandcamp. Valeu!
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DEEP MEMORIES é:
Douglas Martins – Todos os instrumentos
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