segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Resenha Krow - Relentless Disease


Se há um estado brasileiro que deveria se orgulhar de sua capacidade natural de encubar novas bandas do metal, especialmente no âmbito dos sons extremos e brutais, esse estado é com certeza Minas Gerais; mais precisamente sua capital Belo Horizonte. É de se admirar como mesmo há mais de vinte anos atrás a preferência dos mineiros pelo brutal death e suas vertentes extremas  faz destes gêneros sons ativos até os dias de hoje. Nascer em Belo Horizonte (e gostar de metal) é portar uma certidão de nascimento abençoada pelo Death Metal, embora isso obviamente não seja exclusividade do gênero. Mesmo assim, se analisarmos quantas bandas mineiras já faziam um som brutal ainda nos anos 80 e compararmos com outras capitais de grande porte do Brasil, fica claro a constatação de que Belo Horizonte é o núcleo do som extremo nacional. Muito mais do que somente a maternidade do Sepultura ou Sarcófago. Mais um dos “nascidos em berço esplêndido”, os mineiros do Krow estão na ativa desde 2007. E podem ser facilmente vistos como uma das novas lideranças do Death/Thrash Metal brasileiro, com passagens importantes para a história da banda no exterior. Com o grande reconhecimento que lhes fora dado ao full-length “Traces of the Trade”, a banda decolou sem saber quando voltaria ao Brasil novamente. Ganharam o mundo, sem antes deixar uma base sólida de fãs por aqui.

Conheci o Krow graças a este álbum, que por si só já é uma evolução estupenda de seu anterior “Before the Ashes”, além de contar com novos integrantes na formação. “Traces of the Trade” era ótimo, um ponto muito alto para a banda, mesmo com seu considerado pouco tempo de existência. Mesmo assim, eu me perguntava quando estes mineiros lançariam algo novo. Minha surpresa veio com o anuncio de um novo EP, “Relentless Disease”.

E que surpresa boa é este EP! Já agrada por sua arte da capa, produzida pelo artista Costin Chioreanu (Arch Enemy, Mayhem, Pátria). Uma ótima ilustração que não foge às ideias da banda, além de chamar a atenção por seu incrível nível técnico. No play, temos (infelizmente!) somente duas canções, mas que valem muito. “Relentless Disease”, faixa homônima ao EP é peso puro. A agressividade em que a banda já ficou conhecida, mesclando o thrash e o death metal de forma correta. Velocidade é importante, e no novo trabalho da banda isso fica claro. Felizmente a boa produção estrangeira do EP não faz seu som digno de uma equipe de Formula1, dando certa cadência ao play. Produção impecável. Pode parecer estranho (ou fácil) mixar só duas músicas para depois encaminhar à prensagem, mas o produtor Ronnie Bjornström faz um trabalho sem erros aqui. Todos os instrumentos além das vozes  se fazem presentes. A agressividade transborda no pequeno Extended Play! Para garantir o lançamento físico a sua coleção de EPs, quando ele sair no final deste mês. 
 
 
 Beirando os quinze anos de banda, o Krow já se consagrou no cenário brasileiro do heavy metal (sem precisar fazer shows nas grandes capitais), além de ser figura carimbada nos festivais europeus. A banda tem um grande apreço pelos países do lado leste da Europa, que puderam acompanhar uma sequencia exorbitante de shows destes mineiros num passado próximo. E muito embora agora estejam todos radicados em São Paulo, o Krow não pode negar seus títulos que já vêm do berço: sua formação no “Triângulo Satânico Mineiro”  terra que deveria se orgulhar de suas bandas formadas, iniciadas ou já encerradas. E que merecia fazer-lhes melhor juízo também.
 
 
Formação: 
Guilherme Miranda - Guitars and main Vocal
W. Johann - Guitars and Vocals
Cauê de Marinis - Bass Guitar and Vocals
Jhoka Ribeiro - Drums
 
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