segunda-feira, 30 de abril de 2018

Resenha Isfet - Shards from a Formless Past


Caros leitores, hoje lhes trago uma das bandas mais promissoras, em minha opinião, do cenário underground brasileiro. Não falo por serem meus conterrâneos, na realidade ainda não tive a oportunidade de vê-los ao vivo ainda, mas a qualidade de seus trabalhos até o momento é, no mínimo, brutal (obviamente isso é um adjetivo de elogio quando se trata de sonoridade underground).

A banda que me refiro é Isfet, banda que tem sua base em Florianópolis, ou assim está descrito na Encyclopaedia Metallum. Formada em 2014, o grupo lançou em 2016 um EP intitulado Souls Dragged into the Abyss of Torment , uma pequena amostra do que estava por vir neste álbum completo de 2017. Mas qual vertente a banda vocifera exatamente? Bem, o som da banda é uma mescla entre o Death e Black Metal, com foco na sonoridade dos anos 90 das duas vertentes. Resultado final é Caos! E não podia ser diferente, pois o próprio nome Isfet remete a essa palavra, uma vez que, Isfet, na mitologia egípcia, é a Deusa do Caos. 

Sobre as faixas e o álbum em si, posso dizer que não é perceptível nenhuma influencia clara. Eles possuem influencias calcadas no Death Melódico sueco, no Black Metal Norueguês, mas não é perceptível uma banda em que eles se inspirem fortemente, entretanto há referencias á Dissection, Death e diria que alguns momento o vocal lembra John Tardy (Obituary), adicionando um desespero insano nas faixas. A rispidez perdura pelo álbum inteiro, apenas algumas passagens mais cadenciadas/acústicas, características já presentes no primeiro EP. Os riffs são bem trabalhados, e as faixas sempre trazem fraseados melódicos bastante criativos como é possível ouvir na faixa, In Silence We Dwell, talvez a melhor faixa ao lado de, Impure Soil (essa é um Black Metal absurdo, maléfico e infernal, transbordando o sentimento caótico).

Além da qualidade musical apresentada pelo grupo temos uma atenção estética a arte do álbum e ao logo da banda, ambos espetaculares. O logo, criado por Christophe Szpajdel (Emperor, Enthroned) e a arte da capa, que traz um sentimento misantrópico, foi feita por Moonroot Arts (Acheron, Nokturnal Mortum) e certamente é uma das mais belas se tratando de bandas nacionais.
 
 

Isfet, como disse no começo é, para mim, a banda mais promissora em território nacional, que merece atenção especial de todos os ouvintes do underground, até porque os integrantes possuem pouca idade (menos de 21 anos) e podem trilhar um dos mais caóticos caminho da mão esquerda. Álbum essencial para ouvintes do Metal Extremo. 
 

Formação:
Lucas U.: voz e guitarra
João R.: guitarra
Rafael G.: baixo
Diego M.: bateria

 Contato:
Mais Informações:

Autor da Resenha: Guilherme Thielen (Niflheim)

The Devils: Banda procura um novo vocalista


A banda de Heavy Metal, THE DEVILS, pegou seus fãs de surpresa neste último fim de semana (29/04/2018), quando anunciou que o então vocalista, Izzy, decidiu deixar o posto.

Em meio ao lançamento do novo álbum “We Are The Devils”, o grupo possui algumas datas confirmadas e já busca um novo “Mr. Buddy” visando prosseguir com os projetos traçados para 2018.
“Estamos concorrendo a uma Harley Davidson em um concurso de bandas e também temos um show ao lado dos ícones do Heavy Metal mundial Angra ainda neste ano. Portanto, procuramos um (a) vocalista que, principalmente, já tenha experiência com banda e palcos, que se sinta feliz no palco assim como a gente. Essa experiência pode ser de alguma banda que teve na década de 80 ou no século XXI, não tem problema. Só precisa ser alguém que agregue, para sairmos em turnês nacionais e, quem sabe, internacionais. Precisa ser alguém para somar.” - Murilo Larrubia (baixista).
Confira nota completa e como funcionará o processo seletivo aqui: https://goo.gl/AVvTgb

 Contato para participar da seleção, que vai até o dia 10/05/2018: mrbuddy@thedevils.com.br

Assista ao lyric vídeo da faixa “Come To The Down”, um dos destaques do vindouro trabalho intitulado “We Are The Devils”:


Encontre o THE DEVILS nas principais plataformas digitais:

Contato para assessoria de imprensa: www.sanguefrioproducoes.com/contato

Sites relacionados:

Fonte: Sangue Frio Produções

domingo, 29 de abril de 2018

Resenha Akercocke - The Goat of Mendes


The Goat of Mendes é o segundo álbum de estúdio da banda inglesa Akercocke, lançado no ano de 2001. Um som voltado totalmente ao Blackened Death Metal – ainda que, em certas passagens, presenciamos trechos curtos onde o som é acústico/limpo; o mesmo se dá com o vocal de Jason Mendonça. Akercocke é conhecido pelas suas abordagens voltadas ao satanismo, críticas à Igreja (enquanto instituição) e aos religiosos em si. Também tem um foco muito interessante no que concerne à sexualidade – percebe-se isso nas capas da banda; obviamente (estes temas podem ser justificados se analisado a proveniência de cada integrante da banda). Conquanto à musicalidade, Akercocke chama muito a atenção na nitidez sonora. Sendo o segundo álbum do grupo (geralmente os álbuns iniciais das bandas tendem a ter uma produção desagradável – em alguns casos!), The Goat of Mendes nos trás um conjunto musical muito impressionante: além de uma gama de técnicas necessárias que compreendem música após música deste álbum, é muito fácil conseguir discernir as passagens (seja da bateria, com seus pedais a “mil”, seja com os riffs agressivos – por vezes pacíficos) musicais. A bateria, agressiva do início ao fim, torna as músicas do álbum agressivas ao extremo e sem perder a essência. Os vocais de Jason Mendonça são inconfundíveis. Digo vocais, pois Jason se permite evoluir com o passar de cada canção, onde o mesmo se utiliza de supremos vocais guturais (posso comparar aos vocais utilizados por Nergal, da banda polonesa Behemoth, nos primeiros álbuns, até à metade de sua carreira como integrante da banda – convenhamos que os vocais de Nergal após o Evangelion mudou muito, mas ainda assim continua monstruoso; também assemelha-se ao vocal de Chris Burnes – ex-Cannibal Corpse e atual membro do Six Feet Under; por último, ao vocal de John Gallagher, da banda norte-americana Dying Fetus); no que concerne aos vocais limpos, com pegadas, diga-se de passagem, groove (em certos momentos, lembro-me muito da voz de Warrel Dane). 
 

The Goat of Mendes conta com doze canções muito bem trabalhadas e desenvolvidas – um tanto macabras também. Akercocke trás muitos elementos oriundos de bandas tanto de Death Metal Old School e Brutal Death Metal, quanto de bandas de Black Metal. Contudo, em algumas passagens, a banda mostra também uma leve inspiração em Thrash Metal (basta analisar o desempenho da bateria em algumas passagens deste álbum). A presença do Blast Beat é constante, enfurecendo ainda mais o ouvinte; com a condução e o “bate estaca” da bateria, há o conjunto de acordes não tanto agressivos mais a postura infernal de Jason com seus urros: isso agrega muito na preponderância do álbum. Neste álbum encontramos, além de elementos musicais, elementos ideológicos e políticos. Portanto, Akercocke é mais uma banda que supera a concepção do senso comum, pois além de miscigenar elementos múltiplos nas canções, busca fazer críticas interessantes e ousadas. Além da musicalidade, há também um outro fator a ser valorizado: a simbologia e estética da banda!.
 
  
Formação:
Jason Mendonça – vocal, guitarra
    David Gray – bateria e intrumentos de percussão
    Peter Benjamin – guitarra
    Daniel Knight – guitarra
    Sam Loynes – teclados
 
Contato:
 
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Autor da Resenha: Leonardo Reis

sábado, 28 de abril de 2018

Suffocation Of Soul banda Confirma Turnê Europeia


A banda  de Thrash Metal  Suffocation Of Soul  acaba de divulgar as primeiras datas da  "Macabre Sentence European Tour ", por sinal  é a segunda passagem da banda pelo velho continente, onde a mesma obteve uma ótima  receptividade da imprensa e do público.  

A turnê  promocional é a do mais recente trabalho da  banda, o já aclamado  EP Macabre Sentence. Esse é um cartaz prévio, visto que todas as datas ainda não estão fechadas. Em maio  a banda promete soltar o cartaz oficial e também algumas informações sobre essa segunda turnê europeia. 

 
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Resenha Vulcano - X I V

 
 Reconhecida mundialmente como os pioneiros do “Metal Extremo” na América do Sul, e avalizado pelo sucesso das últimas cinco turnês pelo vasto continente Europeu, o VULCANO completa em 2017 trinta e seis anos de carreira. Neste período a banda produziu treze álbuns inéditos, um single 7”, oito “split albums” com outras bandas Brasileiras e Europeias, Além de um DVD Documentário oficial contando a história completa da banda por aqueles a vivenciaram.

O Vulcano forjou sua própria identidade sonora quando os subgêneros do Metal ainda nem existiam, e por isso são frequentemente citados como influenciadores da nova geração do “Metal Extremo”. Esta banda de senhores “cinquentões” não mostra nenhum tipo de cansaço, e lançou mais um álbum em 2017. Dia 31 de Janeiro de 2017 chegou  às lojas, distribuidores e “web” o álbum intitulado apenas como X I V.

O Álbum

 X I V é um álbum mantenedor da originalidade irrefutável do VULCANO, bem como proporciona aos fãs a sonoridade díspar de que a banda sempre foi detentora, desde seus primórdios, porém longe do saudosismo. Esta produção abandona as afinações baixas utilizadas nos dois últimos álbuns retomando os timbres verdadeiramente originais em que guitarras soam como guitarras e bateria como bateria. A capa tem o formato “Digipack” com uma concepção bastante simples, como deve ser toda embalagem que acomoda uma joia ou uma relíquia. Possui apenas informações suficientes que interessam ao ouvinte a as letras que tem a mesma importância que a música.


O tema abordado neste álbum é a aliança unilateral de um Deus para com seu povo escolhido onde a fidelidade e a fé é raivosamente cobrada com maldições, destruição, sacrifícios de sangue e cruéis castigos, Um Deus vingativo e cruel que reina através do medo.


Analise das Faixas: 

Propaganda and Terror
É a faixa ideal para abrir este álbum, por conta principalmente da temática e forte refrão. O tema versa sobre a conferência de Wannsee para a solução final da causa judaica, não só judaica, mas clérigos, mestiços, ciganos, deficientes físicos e mentais.
Propaganda nazista à nação e por trás o Terror real às minorias. 

Thunder Metal
É a exaltação ao que nós “headbangers” mais amamos, ... o “Metal”! É aquela coisa de se colocar na frente do palco batendo a cabeça, cerrando os punhos com os braços para cima e gritando “pump my fist, the arms high, yell with me, we’re gonna die”

The Tides of Melted Metal
Uma merecida homenagem às bandas dos anos 80 que nos deixaram um inesquecível legado. Procuramos montar um texto em que cada sentença contém ao menos uma palavra que remente ao nome dessas grandes bandas. 

Necrophagy
Necrophagy tem uma pegada bem nos Vulcano dos anos 80. É uma “paulada” do início ao fim e o tema é comum, nada de especial além do meu lado de escritor de contos, e esta é uma estória de um ser lúgubre que se arrasta pela noite atrás de cadáveres para se alimentar. Um ser condenado ao inferno.

Behind the curtains
Versa sobre a hipocrisia das escrituras. Existe tanta violência na bíblia quanto as aqui contatadas neste álbum.

Thou shalt not kill
A pior das hipocrisias. O sexto mandamento dele. Ele criou a terra e tudo que tem nela. dela veio o homem e não satisfeito, mais tarde destruí toda a humanidade, pediu o sangue do cordeiro e que pintassem suas portas com ele, matou o primogênito do faraó, destruiu Sodoma, destruiu Jericó, pediu sacrifícios de sangue e deixou leis cruéis para seu povo, e por fim, dita: Não matarás!

Paradise on holocausto
Um deus confortavelmente instalado atrás das cortinas celestiais divertindo-se com esse cenário de guerra “aqui embaixo”. É paraíso em chamas !

The face of the abyss
Um tema um tanto quanto depressivo que conta o drama de alguém solitário que lutou várias batalhas e perdeu a última para si mesmo.

To kill or die
Um conto apenas, sem pretensão de mensagens nele. Apenas um “frame” de uma sangrenta batalha e muita “pauleira na música”

I’m back again
Para fechar o álbum uma tema que propõe que o mal é sempre atribuído ao seu opositor.

Nota do àlbum: 9,0


Formação:
Zhema Rodero - guitarra (desde de 1981) 
Arthur “Von Barbarian” - Bateria (desde 1987)
Luiz Carlos - vocal (1997-1999, desde 2010)
Carlos Diaz - baixo (2007 - 2013, desde 2016)
Gerson Fajardo - Guitarra (desde 2015)

Contato:

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sexta-feira, 27 de abril de 2018

Resenha Draconian - Sovran


Lançado em 2015, o sexto álbum da banda Sueca de Gothic Doom Metal "Draconian", e o primeiro com a atual vocalista, Heike Langhans, substituindo Lisa Johansson, que fez parte da banda desde o primeiro álbum “Where Lovers Mourn”, de 2003. Sovran supera em questão de inovação, não só na presença da nova vocalista, mas também em sua sonoridade, que particularmente acho estar mais sombria e atmosférica que a apresentado nos anteriores, apresentando uma gama de riffs melancólicos e outros mais carregados de uma certa tensão.

Tensões estas que são ouvidas logo de primeira ao iniciar do álbum com a primeira faixa “Heavy Lies the Crown”, que traz um suspense em seu riff inicial digno de um clássico filme de assombração. Assim como a faixa cinco, “No Lonelier Star”, em seu refrão, com o ecoante e agudo soar das guitarras que junto ao poderoso gutural de Anders Jacobsson criam aquele contraste com o resto da música, que remete ao lado mais obscuro e voltado ao Doom Death.

Passagens melancólicas estão presentes nos riffs principais da segunda faixa “The Wretched Tide”, e na belíssima voz de Heike, principalmente no refrão da faixa quatro “Stellar Tombs”, que além do emocionante refrão, traz um pouco de velocidade e peso ao iniciar a música. Violinos (provavelmente sintetizados no teclado) estão presentes na faixa três “Pale Tortured Blue”, no início para reforçar mais ainda a atmosfera escura do álbum.

O álbum também conta com algumas passagens que lembram muito o álbum anterior “A Rose for the Apocalypse” de 2011, como a faixa seis “Dusk Mariner”, especialmente no início. A faixa oito “Rivers Between Us” conta com a participação de Daniel Änghede, vocalista e guitarrista da banda Crippled Black Phoenix, em dueto com Heike. O álbum se encerra com chave de ouro da nona faixa “The Marriage of Attaris”, talvez a faixa mais lenta do álbum, e que traz saudosos riffs característicos de uma influência no clássico Doom Metal.


Se trata de um álbum que explora mais a fundo a atmosfera sombria que a banda se propõem a trazer, não só por parte do instrumental, mas também pela presença da nova vocalista (que particularmente achei que foi o maior destaque do álbum), carregado de melancolia, e superando o anterior em questão de peso pelo soar mais distorcido das guitarras, Sovran é um excelente álbum especialmente para quem procura perfeitas combinações entre o pesado e o suave.

 

Formação:
Anders Jacobsson - Vocals
Heike Langhans - Vocals
Johan Ericsson - Guitar
Daniel Arvidsson - Guitar
Jerry Torstensson - Drums 

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Autor da Resenha: Guilherme Thielen(Niflheim)
 

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Resenha Sinphonicon – Nemesis Ablaze

 
 O que tenho a lhes apresentar hoje se trata de um poderio musical completo e impecável. Uma sonoridade totalmente enaltecedora e obscura. Sinphonicon, diretamente da Polônia. Talvez muitos aqui já a conheçam, talvez não. Esta é a chance de se abster a mais uma monstruosa banda europeia. Esta banda nos trás um leque de elementos musicais riquíssimos. Mas, primeiramente, vamos às apresentações. Como já mencionado acima, Sinphonicon vem diretamente da Polônia e nos serve de um excelente Symphonic Black Metal (também com forte peso no Death Metal). 
 
Nemesis Ablaze é até agora o único projeto integral (Full-Lenght) da banda (e que projeto sensacional!) lançado no ano de 2012. Encaixo esta banda entre as melhores que já tive a oportunidade de ouvir dentro do gênero junto com Carach Nagren (Holanda); Advent Sorrow (Austrália); Dimmu Borgir (Noruega); Fleshgod Apocalypse (Itália) – mesmo sendo esta uma banda de Symphonic Death Metal absoluta –; etc, e por que não imaginar uma turnê com Septic Flesh; Rotting Christ; Belphegor; e até mesmo com Behemoth? Seria de uma inacreditável destruição. Seria um verdadeiro “bem-vindo” ao caos.

Vamos ao que interessa agora: a destruição sonora. Sinphonicon tem uma pegada muito significativa conquanto seus encaixes sinfônicos e brutais distorcidos: busca acima de tudo enaltecer uma certa melancolia que há entre estes dois elementos primordiais; aspectos que definem e consolidam a características da banda. As canções nos passam mensagens e sentimentos que vão muito além da música em si. A arte abrangente e presente em cada elemento das canções remete à uma época em que a música erudita tinha suas devidas representatividades sociais e inspiradoras à mesma. Um bom exemplo dos encaixes perfeitos da banda se dá em “Echos” (faixa quatro do álbum); nesta canção, tenho a impressão de estar frente a um palco de teatro e analisar freneticamente uma obra/peça que ilustra atrocidades obscuras e que remetem também à escuridão. Os toques arrepiantes do teclado, a conjuntura musical entre guitarras/contrabaixo e bateria, enriquecendo e deixando relevante a importância dos corais e sinfonias num dueto insano com o vocal tenebroso e demoníaco. Em certos aspectos, me lembra muito Carach Angren, pois se trata muito mais do que uma simples música; do que simples composições. Tratar-se-á aqui de uma fidedigna atuação do estúdio aos palcos. São dezenas, centenas de ouvintes que têm a possibilidade de ver de perto esta sincronia elementar e primordial que forma uma perfeita e complexa conjuntura musical. Elementos que se misturam e formam um corpo grotesco-apocalíptico, resultando na erudição musical que Sinphonicon vos passa (pelo menos à minha pessoa). 
 

Cabe a minha pessoa também ressaltar a preponderância e similitudes presentes nos aspectos musicais que remetem à medievalidade, ou mesmo às grandes peças orquestrais que temos em nosso tempo. Uma perfeita junção elementar que dá vida à este pesadelo(no bom sentido) musical. Nemesis Ablaze nos possibilita entrar num transe que não tem volta. Após a experiência de ouvir esta arquitetura musical, tudo muda! É um condensado de raiva com arrepio; uma melancolia ensurdecedora/gritante. O suor começa a escorrer pelo rosto. Os pedais começam a ficar cada vez mais velozes, e a banda ainda nem nos mostrou seu potencial máximo. Quando ao ouvir Sinphonicon, lembrem bem de que estarão em uma odisseia: a magia que envolve a música se estabelecerá em seus sentimentos. Paro aqui com minhas argumentações conquanto à Nemesis Ablaze. Por mais que tente, não conseguirei descrever o quanto é mágico e prazeroso estar ouvindo Sinphonicon. Mais uma banda que deve ser de conhecimento de todo um público amante do Metal. Ouçam esta arte musical!
  

Formação:
Dominik "Spirit" Wawak 
(Vocais, Todos os Instrumentos)
 
Mais Informações:
 
 
Autor da Resenha: Guilherme Thielen(Niflheim)

terça-feira, 24 de abril de 2018

Resenha Hate Eternal - Fury & Flames


Hate Eternal talvez dispensa muitos comentários devido já ser bem conhecida, especialmente por parte do grande músico/produtor Erik Rutan, guitarrista e vocalista, que já fez parte da banda Morbid Angel e Ripping Corpse, e produziu para bandas como Cannibal Corpse, Aeon, Six Feet Under, Krisiun, Nile, etc. tendo seu nome bastante associado ao que diz respeito a Death Metal.

Sendo  o quarto álbum da banda, lançado em 2008, que já possui seis na bagagem, Fury & Flames é um verdadeiro rolo compressor, com uma sonoridade que beira quase ao Brutal Death, sujo, veloz e dando uma ênfase a técnica que vem aumentando a cada álbum lançado (vale comparar a cronologia parar perceber a evolução sonora da banda).

Com uma bateria que soa como uma metralhadora de alto calibre, talvez o instrumento mais evidenciado no álbum devido a mixagem, acompanhada por guitarras com riffs caóticos como apresentado nas faixas um e dois, “Hell Envenom” e “Whom Gods May Destroy”, que dão uma porretada de boas-vindas ao ouvinte, preparando-o para o resto do álbum.

Pedais duplos contribuem para as músicas mais “lentas”, pode assim dizer, como mostrado na faixa três “Para Bellum”, e oito “Fury Within”, que inicia com caos total, com riffs loucos e extremamente distorcidos, sendo os blast beats quase constantes durante o álbum.

A faixa seis “Thus Salvation”, mais lenta, inicia de forma espantosa e brutal, dando a já esperada ênfase na bateria, cheia de intervalos, preparando para o desenrolar na música que logo desacelera enquanto os graves guturais de Erik vociferam o título da faixa, acompanhado de caóticos riffs no fundo.

Pegadas que dão mais preocupação a atmosfera estão presentes na faixa quatro “Bringer Of Storms”, especialmente nos refrãos onde é possível ouvir uma das guitarras fazer a melodia enquanto a outra despeja a base com as baixas afinações, fazendo os graves riffs lembrarem trovões.

O baixo soa com som limpo, não sendo possível distinguir distorções, e acompanha belamente as linhas da guitarra reforçando o soar grave e metalizado do álbum, sendo notável em quase todas as faixas.


Hate Eternal faz parte do grupo de bandas de Death Metal da Flórida, junto a bandas como Death, Deicide, Morbid Angel e mais uma pá de bandas locais. Possuindo uma sonoridade própria e apresentando uma evolução a cada álbum, Hate Eternal oferece um ótimo material, recomendado para que procura uma verdadeira porrada frenética. 


Formação:
Erik Rutan - Guitars /Vocals
J.J Hrubovcak - Bass / Vocals
Hannes Grossmann - Drums

Cidade Natal:
Tampa Bay, Florida, United States
  
Contato:

Mais Informações:


Autor da Resenha: Guilherme Thielen(Niflheim)


 

Resenha Silent Empire - Dethronement of all Icons(2018)


Silent Empire é uma banda que segundo a fonte (ao final da resenha) possui 07 anos de existência, ou seja, formada em 2011, mas que somente neste de ano de 2018 lança seu primeiro trabalho, intitulado Dethronement of all Icons. Em 2015, entretanto, eles já haviam lançado um EP, chamado Hail the Legions (este não tive acesso, infelizmente).

Naturais de Criciuma, sul de Santa Catarina, o grupo apresenta um Death Metal Direto, sem firulas e que foca principalmente nos riffs, intercalando entre influências de Thrash e Black Metal. Posso supor que estas influências podem vir de seu principal músico, Ivan Agliati, que já fez parte de grande parte das bandas de Metal de Criciúma (um verdadeiro personagem dentro da cena underground de Criciúma e SC), como por exemplo a lendária banda de Black Metal Forest of Demons.

Dethronement of all Icons é um álbum bastante direto, pesado e veloz, contendo 08 faixas e com um total de 34 min, uma paulada atrás da outra, algumas com riffs estilo serrote como “Abolish the Reins of Men” outras um pouco mais cadenciadas como Hail The Legions, sendo essa a minha faixa favorita.

Acredito que o álbum deve agradar a grande parte dos Deathbangers ávidos por um Death Metal sem frescuras, entretanto, eu gostaria de ver em um próximo trabalho do grupo um pouco mais de ousadia nas composições, pois até mesmo para um cd de curta duração me pareceu que já havia escutado a mesma faixa mais de uma vez, ou então, este quem escreve está sendo um pouco exigente ou não entendeu a proposta da banda.

Silent Empire, também concedeu em 2016 uma bela entrevista para o Canal Cultura em Peso onde falam um pouco da criação das músicas, sobre as letras e seus teores: Vale a pena conferir esta entrevista para entender como se dá o processo de criação do grupo e também um pouco das ideias da banda e seu comprometimento com a cena Underground.



 No mais, gostei muito da arte do álbum que apesar de colorida e incomum para bandas do gênero, traz simbologias e ar psicodélico. Pedrada vinda do sul de Santa Catarina, ouçam!.


 
 Formação:
Ivan
Agliati – Vocais, Guitarras
 Israel Horstmann – Bateria
 Aline Iladi – Guitarras
 Arthur Neto – Baixo, Vocais

 Arte do álbum
Gil Souza


Autor da Resenha: Guilherme Thielen(Niflheim)

Lançamento do livro "Levedação" (26.04.2018)


Altamente aguardado por  fãs da "Cultura Underground" o livro de romance de estreia de Jeder Janotti Junior, “Levedação” se inspira no estilo cáustico dessa literatura underground, para contar a história de Paulo, um estudante recifense de doutorado que põe a mochila nas costas e vai parar na cidade de Montreal, no Canadá.

Ao longo do romance, o trânsito por outras referências são constantes, revelando-se, por exemplo, na construção do protagonista, um fã do metal cujas ruminações pelas gélidas ruas canadenses acontecem frequentemente ao som de Iron Maiden, Black Sabbath e Sepultura.

Publicado pela Titivillus Editora, com ilustrações de Tiago Acioli, o livro será lançado em Recife(PE) no dia 26 de abril 2018, quinta-feira, às 20h, no Ramon Bar y Parrilla (av. Dezessete de Agosto, 1778, Casa Forte). 

Confira no link abaixo mais detalhes sobre o lançamento desse livro que promete ser um dos maiores  clássicos da literatura underground brasileira.

Link  Release do livro: Levedação